Estamos Criando Crianças ou Protegendo os Pais?

#Material com Apoio de IA 🤖 #

Estamos criando crianças numa sala acolchoada — e depois fingindo surpresa quando o mundo machuca.

A sala acolchoada

Nunca a infância foi tão protegida, monitorada, filtrada, mediada e higienizada.

E aqui não é proteção no sentido nobre — é amortecimento existencial.

Criamos ambientes onde:

Resultado? Crianças emocionalmente frágeis, hiperestimuladas e hipotreinadas.

O mundo real (spoiler: ele não é acolchoado)

O mundo:

O mundo cobra competência, tolerância à frustração, resiliência e autonomia.

E ele cobra sem tutorial.

Aí acontece o choque:

“Mas meu filho sempre foi tratado com cuidado…”

Pois é.

O mundo não assina esse contrato.

O paradoxo cruel

Na tentativa de evitar sofrimento, estamos criando adultos que sofrem mais.

Porque:

Isso não é teoria — é fisiologia, psicologia, neurodesenvolvimento e, francamente, observação empírica básica.

Mas atenção: não é sobre brutalidade

Aqui vem a parte que muita gente erra (ou finge não entender):

Não é criar crianças duras.

É criar crianças capazes.

Não é negligência.

É exposição progressiva ao real.

Acolher não é eliminar o desconforto — é ensinar a atravessá-lo.

O que forma alguém “pronto pro mundo”?

Não é blindagem. É treino.

Crianças prontas pro mundo:

Isso se constrói com pequenas dores controladas, não com anestesia constante.

Em resumo (sem anestesia):

Estamos criando crianças emocionalmente seguras?

Ou emocionalmente dependentes de amortecimento?

Porque o mundo não vai colocar espuma nas quinas só porque a infância virou uma sala acolchoada.

E a pergunta final — a mais incômoda — é essa:

Estamos protegendo as crianças… ou protegendo os adultos do desconforto de ver crianças sofrerem um pouco para se tornarem fortes?

Author's photo

Escrito por Gabriel Soares


Sobre o Autor